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Palma é usada em alimentos e cosméticos, ganhando espaço na economia da Paraíba

Coordenado pelo professor Alcides Almeida Ferreira, da Universidade Estadual da Paraíba em Catolé do Rocha, projeto pode revolucionar economia sertaneja e garantir sustento dos produtores rurais durante a estiagem.
A esperança para o produtor rural do Sertão salvar o rebanho e complementar a renda durante a seca pode estar na própria região, a mais árida da Paraíba.
A palma forrageira, vegetal utilizado por muitos sertanejos para a complementação alimentar dos rebanhos já faz parte do cenário de estiagem há muito tempo, mas o cultivo sem orientações pode não ser eficaz nem para salvar o gado. Na região do município sertanejo de Catolé do Rocha, cerca de 40 produtores vêm sendo beneficiados com orientações de um projeto da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) que pode transformar a capacidade econômica daquela região.

Coordenado pelo professor Alcides Almeida Ferreira, que leciona no Campus 4 da UEPB, em Catolé do Rocha, o Núcleo de Difusão da Cultura da Palma conta com cerca de 15 integrantes, entre estudantes, professores e técnicos que têm como objetivo mostrar aos produtores através de treinamentos, que a palma forrageira possui propriedades importantes que fazem dela uma matéria-prima ideal para a fabricação de sucos, picolés, sorvetes e até cosméticos como xampus e batons.

A iniciativa existe desde 2007 e vem sendo desempenhada com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Paraíba (Faepa) e também da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária Paraíba (Emepa), todo o foco é na microrregião do município, composta por onze municípios.

De acordo com o coordenador do projeto, as instituições parceiras disponibilizam técnicos para a realização dos treinamentos com os pecuaristas, que além de receberem as orientações para melhor cultivo da planta, recebem gratuitamente raquetes de palma, que servem como mudas para iniciar a cultura, que pode ser bastante rentável. No mercado, cada raquete custa em média R$ 0,80. De acordo com estudos realizados no projeto, é possível produzir até 350 toneladas do vegetal por hectare no Sertão paraibano.

“Nosso objetivo é estimular o cultivo, para que os sertanejos consigam produzir com qualidade e que os vizinhos deles também se sintam influenciados pela cultura que não serve só para alimentar o gado”, disse ele.

A prática que pode representar uma nova alternativa de renda para o povo sertanejo já vem servindo de auxílio para alguns produtores que vêm descobrindo na cultura, antes desacreditada, uma nova maneira de fazer contatos comerciais na venda da palma para os pecuaristas que ainda não possuem plantação da cactácea.


Na Paraíba, a fabricação de cosméticos e produtos alimentícios para humanos vem sendo desenvolvida apenas em Juazeirinho, no Seridó do Estado. Um dos objetivos do projeto para 2015 é levar não só técnicas de cultivo, mas de beneficiamento para que em todos os 11 municípios envolvidos possa haver comercialização dos produtos da palma forrageira.

Palma e alimentação humana

O alimento que é quase exclusivo para o gado nas regiões mais secas do Nordeste brasileiro já é bastante difundido na alimentação humana em diferentes países como México, Estados Unidos e Japão, onde a palma é um alimento nobre, servido em hotéis de luxo, em preparos de saladas, sucos, pratos guisados e doces.

Quanto ao valor nutritivo, o vegetal é rico em energia, vitaminas A e B, além de possuir grande quantidade de minerais como fósforo e cálcio, indispensáveis para o metabolismo humano.


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Fonte: Portal Correio
Foto: Divulgação/UEPB

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