Greve ocorre desde o mês de maio, na UFPB, e desde junho, na UFCG, IFPB e também na UEPB. Situação prejudica cerca de 85 mil alunos. MEC diz que faz esforço para fim da paralisação, mas sindicatos contestam.
Em greve há cerca de três meses, representantes dos sindicatos dos professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Federal de Campina Grande (UFCG) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB); vão participar de um movimento nacional dos servidores federais para tentar pressionar o governo federal a dialogar sobre o reajuste salarial.
A greve, que também acontece na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), prejudica cerca de 85 mil alunos no estado e não tem previsão de acabar.
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Segundo o coordenador do comando local de greve na UFPB, Marcelo Sticovsky, os servidores aguardam a apresentação de uma contraproposta do governo federal para voltar a dialogar, mas as negociações estão travadas.
“O governo ficou de apresentar alguma coisa, mas até essa terça-feira (25) absolutamente nada foi apresentado. Estamos aguardando. Iremos participar nesta quinta (27) e sexta (28) de uma mobilização em Brasília para tentar sensibilizar e pressionar o governo para que as negociações voltem a acontecer e que nossas pautas sejam discutidas”, falou Marcelo Sticovsky.
A proposta inicial dos professores das instituições públicas federais, segundo Marcelo, foi de um amento de 27,3%. Durante negociações entre a categoria, os servidores diminuíram a pedida e reivindicam aumento de 19,6% para janeiro de 2016.
“Diminuímos a pedida, mas, mesmo assim, o governo federal enviou uma contraproposta de aumento de 21,3%, dividido em quatro anos, com reajuste de 5,75% em 2016. Caso aceitássemos, teríamos um reajuste inferior à expectativa de inflação para este ano, que é de 9%. Então, iríamos acumular perdas, ao invés de aumento. Já faz 30 dias desde a última reunião e o governo não nos procurou mais para tratar sobre o assunto, por isso iremos realizar a manifestação em Brasília”, afirmou Marcelo.
A Associação dos Docentes da UFCG (Adufcg) ratificou que o governo federal não tem negociado com a categoria e que o que tem acontecido é uma “embromação”.
“Eles não abrem o diálogo e propõem um aumento irrisório, dividido em quatro anos. O governo não apresenta nada de concreto para a categoria e fica de embromação. Estamos completando dois meses de greve na UFCG e nada é concretamente discutido entre as entidades que nos representam e o governo federal”, disse a Adufcg.
O Portal Correio tentou contato com a Associação dos Docentes da UEPB (AUEPB) para saber o andamento das negociações da greve com o governo do Estado, mas não teve as ligações atendidas até o fechamento desta matéria.
O secretário de Educação da Paraíba, Aléssio Trindade, também foi procurado para comentar a greve na instituição estadual e o andamento das negociações, mas também não atendeu as ligações.
Em comunicado, o Ministério da Educação (MEC), informou que a greve preocupa e que já fez várias reuniões para tentar resolver o problema.
"O MEC sempre se colocou à disposição para dialogar com as entidades e instituições federais e de fevereiro de 2014 a agosto de 2015, representantes do ministério se reuniram com a entidade 23 vezes para tratar da agenda de reivindicações”.
Ainda no comunicado, o MEC informou que o esforço do governo federal tem sido incansável para garantir o diálogo contínuo e a solução para a greve.
"O MEC e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão têm trabalhado em conjunto para restabelecer a atividade acadêmica”.
Na UFPB, a greve acontece desde o dia 28 de maio e atinge cerca de 40 mil alunos; na UFCG, cerca de 17 mil alunos estão sem aula desde o dia 25 de junho; no IFPB, a greve acontece desde o dia 22 de junho, afetando cerca de 3 mil alunos; e na UEPB cerca de 24 mil estão sem aula desde o dia 19 de junho.
Segundo os sindicatos representativos dos professores, não existe data estimada para que a greve seja encerrada sem que o governo federal apresente reajuste considerado aceitável pela categoria.
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Fonte: Portal Correio
Foto: Reprodução/Adufpb/Facebook
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