O trabalho infantil atinge 74 mil crianças e adolescentes na Paraíba, segundo dados do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente na Paraíba (Fepeti/PB). Para o Fórum, a atividade de exploração de crianças e adolescentes mais preocupante no estado é o trabalho doméstico em João Pessoa e Campina Grande. Nesta quinta-feira (12) celebra-se o dia mundial de combate ao trabalho infantil.
Segundo o coordenador do Fepeti-PB, Dimas Gomes, o levantamento foi feito com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) 2013 do IBGE. A lista também inclui o trabalho em domicílio, em que a família recebe uma quantia para realizar os serviço com redes e sapatos, muito presente em São Bento e Patos; a atividade rural em Guarabira; e a exploração sexual nas cidades que fazem divisa com os estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, além de João Pessoa, Campina Grande e Patos.
Apesar do alto registro de crianças trabalhando, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) foi reformulado e incluído como ação do Serviço de Fortalecimento de Vínculo. Para Dimas Gomes, "essa mudança enfraquece o enfrentamento à exploração de crianças e adolescentes utilizados como mão de obra".
Dimas reforça que em âmbito nacional, entre o Censo 2010 e o Pnad 2013 houve queda de 1 milhão de crianças e adolescentes inseridas na exploração do trabalho infantil (de 4,5 milhões para 3,5 milhões). Segundo ele, no entanto, na Paraíba houve o registro de aumento de 69,5 mil para mais de 74 mil.
“Desde o início das gestões dos prefeitos eleitos em 2012 que nós da Fepeti informamos às prefeituras oficialmente dos dados do trabalho infantil em cada uma das cidades para tentar discutir uma pauta ampliada da política municipal, mas em vários deles não houve avanço. Tudo depende da vontade política de cada gestor”, frisou.
Há casos em que os dados do IBGE e do Pnad são inferiores aos registrados pelo próprio município, segundo Dimas Gomes. Em 2013, a Fepeti informou por ofício à Prefeitura de São Bento da existência de 1,2 mil crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, recomendando ação para combater o problema e teve como resposta dados muito superiores.
“A gestão questionou os números, mas recomendamos que eles fizessem um levantamento. Por ofício, nos informaram que os técnicos identificaram mais de 3 mil crianças e adolescentes em trabalho infantil. Isso quer dizer que a realidade tem se mostrado até mais grave do que os dados do IBGE e Pnad indicam”, ressaltou. outras dez estruturas.
Fonte: G1-PB
Foto: Ilustrativa da Internet
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