O diretor Carlos
Costa, da Telexfree, nome fantasia da empresa Ympactus Comercial Ltda, divulgou
um vídeo onde vai propor a justiça do Acre que deixará de cobrar pela adesão de
novos sócios durante um prazo de 90 dias. Segundo o diretor da empresa, isso
servirá para provar que a Telexfree se sustenta apenas da venda de seus
serviços.
Investigado
criminalmente em dois Estados, Costa tentou mas não conseguiu obter um habeas
corpus para evitar uma eventual prisão preventiva.
"Eles dizem
que nosso negócio se mantém com a entrada de novos divugaldores [ nome dado aos
associados da empresa ]. Nessa nossa proposta nós vamos pedir um prazo de 90
dias só trabalhando nessa forma e, nesse período de 90 dias, a Ympactus do
Brasil [r azão social da Telexfree ] vai aceitar cadastro de novos divulgadores
gratuitamente, de graça", disse Carlos Costa, condicionando o plano à
aceitação pela Justiça.
'R$ 40 mil por
mês' A Telexfree informa comercializar pacotes de telefonia VoIP por meio de
marketing multinível. Para entrar na rede de divulgadores, os interessados
devem pagar taxas de adesão que variam de US$ 299 a US$ 1.375.
A promessa é de lucros
expressivos: no vídeo divulgado nesta quarta-feira (14), Costa mostra um
exemplo em que o divulgador poderia ganhar, ao montar uma rede, US$ 19 mil,
"algo perto de R$ 40 mil por mês", com a venda de pacotes de
telefonia VoIP que custam US$ 49,90.
De acordo com os
sócios, o modelo já atraiu cerca de 1 mihão de divulgadores no Brasil e 2
milhões em todo o mundo.
O Ministério Público do Acre
(MP-AC), porém, argumenta que a Telexfree é uma pirâmide financeira, pois a
maior parte do dinheiro que circula no negócio viria das taxas de adesão pagas,
e não da venda de pacotes VoIP. Ou seja, quando a empresa não conseguisse mais
cadastrar mais interessados para a rede, o sistema ruiria.
A Justiça do Acre
aceitou essa denúncia e, em 18 de junho, determinou o bloqueio das contas da
empresa e dos sócios : Carlos Costa, Carlos Wanzeler, Lyvia Wanzeler e James
Merryl. O último recurso - a 10ª derrota - foi negado no último dia 12 pela 2ª
Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) .
No vídeo desta
quarta-feira (14), Costa afirma que a empresa deve recorrer ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ) assim que o acórdão da decisão. O STJ já negou um
recurso contra a empresa .
BBom, Priples,
Multiclick O caso Telexfree chamou a atenção para que o diretor do Departamento
de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, Amaury
Oliva, chamou de "febre" de empresas com indício de serem pirâmides
financeiras. Ao todo, 31 estão sob investigação em todo o País.
Além da Telexfree,
tiveram as atividades bloqueadas a BBom e a Priples . A BBom também nega
irregularidades e o advogado da Priples não se manifestou à época do
congelamento das atividades. A Multiclick , como mostrou o iG , também é alvo
de inquérito e tentou impedir um eventual bloqueio na Justiça, mas teve a
solicitação negada. Seu advogado também não se manifestou sobre o fato.
fonte: Correio
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