A média de moradores por domicílio no Estado é de 3,2.
Aquela casa cheia de filhos e netos correndo por todos os lados já não faz parte da realidade da Paraíba, onde as famílias estão encolhendo, conforme dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad), referente ao ano de 2013.
A média de moradores por domicílio no Estado é de 3,2 pessoas. Dez anos antes, em 2003, essa média era de 3,7. Mas é claro que isso não é a regra. Em áreas vulneráveis, é possível encontrar oito, dez e até 12 pessoas dividindo o mesmo teto.
Na prática, isso quer dizer que o número de pessoas no tradicional almoço de domingo também está diminuindo, tendo em vista que as mulheres, de uma forma geral, estão tendo menos filhos, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outros fatores também contribuem diretamente para a mudança de cenário, segundo o cientista político Ítalo Fittipaldi. “Isso tem a ver, sobretudo, com a taxa de natalidade, porque o número de filhos diminuiu”, afirmou.
Se as mulheres têm menos filhos que em décadas passadas, significa dizer que haverá uma curva decrescente no tamanho das famílias. O declínio deve continuar aparecendo nas pesquisas seguintes, segundo Fittipaldi. “Outro fator importante é que a taxa de divórcio tem crescido ao longo do tempo. Geralmente o homem sai de casa e vai morar sozinho. A pesquisa vai considerá-lo como uma família”, afirmou o cientista político.
Outra situação apontada pelo especialista para o encolhimento das famílias é que as pessoas estão casando cada vez mais tarde. Muitas vezes, segundo ele, o jovem sai da casa dos pais e vai morar sozinho, o que também tem peso na afirmação de que as famílias estão encolhendo. “Podemos citar ainda o crescimento das relações homoafetivas, o que de certa forma também reduz o tamanho das famílias, tendo em vista que a questão da adoção ainda é polemizada”, destacou Fittipaldi. O especialista chamou a atenção para o fato de que, nas classes menos favorecidas financeiramente, o número de moradores é bem maior. Contudo, lembrou que, mesmo entre essas pessoas, a taxa de natalidade tem diminuído ao longo dos anos. “As pessoas têm mais acessos a meios contraceptivos e isso tem feito reduzir o número de filhos”, frisou. “Essa é uma tendência em todas as classes sociais”, completou. A Pnad foi divulgada no dia 18 de setembro deste ano.
A dona de casa Cristiane Pedro da Silva, que estudou até o 2º ano do ensino fundamental e tem como renda principal o Bolsa Família (programa social do governo federal), mora com sete pessoas, em uma comunidade de João Pessoa. Mãe de quatro filhos, Cristiane toma conta de uma sobrinha e de um irmão, o que faz aumentar a quantidade de pessoas na casa, que tem estrutura precária. Aos 32 anos, ela disse que não quer mais ter filhos, “porque a casa já está cheia demais”.
Já na casa do aposentado Marcolino Lúcio dos Santos moram três pessoas: ele, a esposa e o filho mais novo, de 29 anos. Os demais filhos – três – moram em suas próprias casas e são consideradas outras famílias pela Pnad. “Hoje a casa é silenciosa, tranquila, mas já houve época na qual oito pessoas moraram aqui”, revelou Santos.
De acordo com o Censo 2010, do IBGE, o número de famílias com mais de 15 pessoas no ano de 1991 era de 463; em 2010 esse número caiu para 26 famílias. Em contrapartida, as famílias compostas por duas pessoas passaram de 136.871 em 1991 para 306.112 no ano de 2010. O número mais que dobrou no período analisado.
A pesquisa considerou que família é o conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência, residentes na mesma unidade domiciliar e, também, a pessoa que mora só em uma casa. Segundo a Pnad, consideram-se como famílias conviventes as constituídas por, no mínimo, duas pessoas cada uma, que residem na mesma unidade domiciliar.
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Fonte: Jornal da Paraíba
Foto: Reprodução/Internet
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