A chefe de fiscalizações do Conselho, Graziela Cahú
Pontes, revelou que os técnicos e auxiliares de enfermagem que integram as
equipes de atendimento nesses municípios estavam atuando sem a presença de um
enfermeiro para orientar e coordenar o grupo. Segundo a representante do órgão,
a inexistência de enfermeiros no socorro a pacientes em casos graves pode
aumentar o risco de morte.
“Sem a orientação e supervisão de um enfermeiro, o
técnico não é capacitado para atender pacientes com risco de vida em situações
de urgência que requerem decisões rápidas. Nessas ambulâncias, o atendimento a
pacientes nessa situação é de competência do enfermeiro e os técnicos apenas
assistem ao profissional”, explicou Graziela Cahú.
Ainda nas mesmas equipes do Samu, os fiscais do
Coren-PB identificaram também falta de condições estruturais e de equipamentos
que comprometem o trabalho dos enfermeiros e demais profissionais da área
durante os atendimentos. Foi o que aconteceu este ano com a unidade de Santa
Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa, cuja ambulância contava apenas
com auxiliares de enfermagem. Constatada a irregularidade, os profissionais
dessa equipe foram interditados eticamente pelo órgão fiscalizador e as
ambulâncias estão paradas.
A falta de enfermeiros para acompanhar os pacientes
também foi constatada durante a manhã de ontem pela reportagem do JORNAL DA
PARAÍBA. Uma ambulância da prefeitura de Guarabira trouxe um paciente em estado
grave para receber atendimento no Hospital Napoleão Laureano, no bairro de
Jaguaribe, na capital. No entanto, segundo informações do motorista do veículo,
além dele, apenas uma técnica de enfermagem e um parente do paciente vieram com
ele.
Segundo Graziela Pontes, a falta de enfermeiros
integrados às equipes do Samu e demais ambulâncias é uma prática comum nos
municípios do interior do Estado. Ela conta que o Coren-PB apurou três casos
graves este ano, sendo um deles com óbito por negligência do técnico que
acompanhava o paciente.
“Muitas ambulâncias das prefeituras não têm alvará
de funcionamento e condições de fazer o transporte dos pacientes.
Tivemos dois casos este ano em que a porta da
ambulância se abriu, o paciente caiu e a falta dele só foi notada na chegada do
hospital. O outro caso foi de uma paciente que tinha problemas mentais. No
momento do transporte para o hospital, ela teve um surto, pulou na ambulância
em movimento, caiu na pista e morreu. Tudo isso aconteceu porque não tinha o
acompanhamento devido por um enfermeiro”, lamentou. (Colaborou Nathielle
Ferreira)
Cidades com Samu sem enfermeiros
Santa Rita
Pedras de Fogo
Alhandra
Caaporã
Cuité
Lagoa de Dentro
Jacaraú
Soledade
Santana dos Garrotes
São José de Piranhas
Nova Olinda
Belém do Brejo do Cruz
Bananeiras
Alagoinha
Arara
Caturité
Fonte: Katiana Ramos/Nathielle
Ferreira
Jornal da Paraíba
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