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Soledade-PB: completa 128 anos de emancipação política


O município de Soledade localizado na micro região do curimataú paraibano, antes conhecida por cariris velhos, completa nesta terça – feira, dia 24 de setembro os seus 128 anos de emancipação política. Soledade teve sua fundação sob a inspiração do Padre Ibiapina e por conta disso foi denominado por alguns anos de Ibiapinopólis.
Soledade é bastante conhecida em todo o Estado por ser uma espécie de ponto de parada dos milhares de transeuntes que trafegam pela BR 230 no destino a Campina Grande/João Pessoa, para o sertão e por algumas vezes no destino dos Estados vizinhos de Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Soledade tem destacado nos últimos anos por seu crescimento urbano e sua recente modernização arquitetônica. A cidade é atualmente a que mais se desenvolve na região e trás em sua recente história a mais importante conquista em favor das crianças e adolescentes – o Selo UNICEF município aprovado.
Na comemoração de aniversário haverá apenas desfile de bandas marcais, de fanfarras e filarmônicas, uma vez que o Tribunal de Contas do Estado (TCE/PB) recomendou que a Prefeitura se abstivesse de contratar bandas enquanto o município estivesse em situação de calamidade pública decretada por conta do longo período de estiagem. O TCE aplicou multa ao prefeito Zé Bento pela gestão municipal haver realizado a festa junina em 2012, apesar de o prefeito haver demonstrado que a festa junina compõe o calendário cultural e que adotou parcerias para promovê-la com gastos reduzidos em relação a eventos pretéritos.

Abaixo segue uma síntese da História do município:

O núcleo de Soledade, primitivamente chamado de “Malhada das Areias Brancas” (alguns teimavam em chamar “Malhada Vermelha”) o qual fazia parte de uma fazenda adquirida por João Gouveia de Sousa compreendida parte de terras do Riacho do Padre, que começa no Olho d’água do tapuia, estendendo-se até a Barra das Vacas. Os netos do primeiro proprietário, José Alves de Miranda e João de Gouveia de Sousa doaram parte para uma capela, mas, de inicio foi construído um cemitério pelo Padre Ibiapina para imunização de cólera que assolou o lugarejo em 1874. No local do cemitério foi edificada a capelinha, que depois tomou todo o espaço do cemitério. A povoação passou a Distrito com denominação de Soledade, pela lei provincial nº 791, de 24/09/1885, levou-se a categoria de Vila, criando-lhe o Município.
Do livro Datas e Notas para a história da Paraíba, escrito por Irineu Pinto, vol. II, Ed. 1916, Pág. 251. No corrente ano o Padre Ibiapina na sua missão apostólica pelo interior da província, benze um terreno e funda cemitério para enterrar os coléricos, ao qual, deu o nome de Soledade. Mais tarde, levanta o mesmo sacerdote uma CAPELA ANEXA, sob a invocação de Santa Anna, começando então a construírem-se casas no lugar onde no decorrer dos anos essa localidade tornou-se a Vila de Soledade.
Quando do surto colérico de 1856 para o povoado de São Francisco afluíam filas enormes de cadáveres de toda a redondeza, era o único Campo-Santo da região, construído em 1763, para o abrigo dos mortos da acanhada população do lugar.
O Padre Manoel Ubaldo da Costa Ramos, coadjunto da Paróquia de São João do Cariri, celebrou a “primeira missa de Soledade” a missa do natal, no dia 25 de dezembro de 1866.
O primeiro nome do Município por sugestão do missionário Padre Ibiapina, foi Solidão, mas democraticamente fazendo-se oitiva de uma espécie de conselho comunitário chegou-se a um acordo pela palavra sinônimo de Soledade.
A fé e a perseverança de Padre Ibiapina foram fundamentais para a constituição de Soledade, pois o Padre era um homem simples, porém austero que costumava andar de batina meio surrada contra gosto dos próprios fiéis que sempre lhe presenteavam com uma nova batina sendo que o missionário logo fazia doação aos seus colegas de sacerdócio menos afortunados. Assim como o Padre Betâmio, era bastante madrugador, razão pela qual rezava missas ao alvorecer do dia. Padre Ibiapina utiliza uma dieta simples, nos cafés matinais costumava comer ovo (quase nada cozido), possuía uma voz metálica e de influente oratória, gozava de um temperamento impulsivo, mas com controle emocional. É dele a frase profética: “Soledade nasce no crauá e nele florescerá”.
Soledade no princípio foi habitada por famílias tradicionais como as do português João Gouveia de Souza e do senhor José Alves de Miranda, bem como, pelos índios Cariris que moravam próximo de Soledade na Serra Pelada onde havia uma choça destes índios. No Riacho do Padre, na fazenda Espírito Santo, fixou-se outra, a dos Tapuias formados na arte de guerrilhas. Na fazenda Timbaubinha se encontra uma caverna que parece ter sido obra de várias gerações e raças; situa-se na chamada “Serra dos Caboclos”.


ALGUNS DADOS HISTÓRICOS IMPORTANTES:

1.0 – COMARCA

Foi sede de comarca classificada por Decreto nº 528 no mesmo mês e ano.

1.1 – MUNICÍPIO – PEDRA LAVRADA

Pelo Decreto Estadual nº 70 de 21/10/1891. Pelo Decreto Estadual nº 22 de 21/03/1892 a sede voltou para Soledade.

1.2 - MUNICÍPIO DE SOLEDADE
São Francisco, hoje Olivedos foi Distrito de Soledade em 1911. Pelo Decreto Lei Estadual nº 1010, de 30/03/1938 pertencia a Soledade: “Juazeirinho, Santo Antônio (hoje São Vicente do Seridó) e São Francisco” (hoje Olivedos).

1.3 - MUNICÍPIO DE JUAZEIRINHO

Pelo Decreto – Lei Estadual nº 1164 de 15/11/1938 passou a ser Município de Juazeirinho, passando o município à denominação de Ibiapinópolis como Decreto – Lei nº 520 de 31/12/43. Tal Lei não foi aceita pela comunidade e o Município voltou a sua denominação anterior, Soledade.

1.4 – ASPECTOS GEOGRÁFICOS

Coordenadas geográficas – 7º03º30º de latitude Sul e 36º 21”47 de longitude W. Greweech. Distante da Capital do Estado, 178 Km.
1.5 - ORIGEM

Encontra-se na planície de pegmaticos da Borborema, da era arqueozóica. Presença de veiros de minerais acessórios: BERLLO COLUMBIA, ESPODUMÊNIO, CASSITERITA, SHEELITA, TANTALITA E ALGUNS RADIOATIVOS.

Geocronologicamente, a formação de sua crosta terrestre ter-se-ia dado por volta de 474 milhões de anos atrás.


1.6 – HISTÓRICO – PREFEITOS:

1- João Ouriques de Vasconcelos (1891 x 1895)
2- Carlos Castor de Araújo (1895 x 1905)
3- Claudino Alves da Nóbrega (1905 x 1915)
4- Silvino Alves da Nóbrega (1915 x 1917)
5- Trajano Pires da Nóbrega (1917 x 1924)
6- Claudino Pires da Nóbrega (1924 X 1925)
7- José Camargo Cabral (1925 x 1927)
8- José Gomes Sobrinho (1927 x 1929)
9- Inocêncio Pires Gouveia Nóbrega (1929 x 1930)
10- Francisco Correia de Queiroz (1931)
11- Francisco Pedro dos Santos (1931)
12- Trajano Nóbrega (1932)
13- José Castor de Araújo (1933)
14- Oscar Pereira de Souza (interino por três meses 06 à 08/1933)
 
15- José Nóbrega de Albuquerque (1933 x 1935)
16- Euclides Carneiro (interinamente em 1935)
17- José Elias de Oliveira (1935)
18- Clóvis de Souto Nóbrega (1935 x 1937)
19- Severino Nunes de Figueiredo (interinamente em 1937)
20- Francisco Correia de Queiroz (1937 x 1938)
21- Severino Nunes de Figueiredo (interinamente – Agosto de 1938)
 
22- Francisco Correia de Queiroz (interinamente 1938)
23- Claudino Alves da Nóbrega (1939 x 1941)
24- Clóvis de Souto Nóbrega (1941 x 1944)
25- Tereza Nóbrega (1945 x 1946)
26- Dr. Asdrúbal da Nóbrega Montenegro (1946)
27- Inocêncio Pires Gouveia Nóbrega (1946 x 1947)
28- Antonio da Nóbrega Freire (1947)
29- Emídio Diniz da Penha (1947)
30- Inácio Claudino da Costa Ramos (primeiro prefeito eleito de Soledade de 1947 x 1951)
 
31- Matias Paulino da Costa (assumiu o seu antecessor a qualidade de presidente da Câmara)
32- Jaime Ferreira Tavares
33- Severino Pascoal de Oliveira (1952 x 1957)
34- José Ferreira Ramos (1957 x 1959) Destituído por deliberação da Câmara Municipal.
 
35- José Joaquim de Araújo, vice-prefeito de José Ferreira Ramos que exerce o poder por 09 dias.
 
36- José Ferreira Ramos – retornado ao poder por decisão judicial (1959)
 
37- Alexandre José de Melo (1959 x 1963)
38- José Manoel de Araújo (1963 x 1969)
39- José Joaquim de Araújo (1969 x 1973)
40- José Manoel de Araújo (1973 x 1977)
41- João Bosco da Silva (1977 x 1981) 42- Marinaldo Castelo Branco de Melo (1982 x 1988)
 
43- José Manoel de Araújo (1989 x 1992) – faleceu no exercício do mandato.
 
44- Aderaldo Matias de Oliveira (1992)
45- Claudino Egídio de Assis Ramos (1993 x 1996)
46- Fernando Araújo Filho (1997 x 2004)
47- José Ivanildo Barros Gouveia (2005 x 2011)

48 – José Bento Leite do Nascimento (eleito em 2012)
49 – Lourival Delfino da Cunha (Prefeito Interino)
 
50 -  Flavio Aureliano da Silva Neto( Eleito em 1 de setembro de 2013)



2.0 - ASPECTOS DO MUNICÍPIO DE SOLEDADE:


2.1 - HISTÓRICO:


•O crescimento do núcleo de povoamento se deu rapidamente de modo que em 1879, pela Lei Provincial nº 682, foi criado o distrito de Soledade.
 
•O território municipal sofreu sucessivos desmembramentos, dando origem aos seguintes municípios: Seridó (1962), Olivedos (1962) e Juazeirinho (1957).

2.2 - FÍSICOS E LOCACIONAIS:

Limites da malhada de areias brancas
MALHADA VERMELHA:
Leste – Riacho dos Navios
Sul- Riacho de Vacas e Jaramatalha
Oeste e Norte – Fazenda Vilú

• Limitando-se ao norte com os Municípios de São Vicente do Seridó e Olivedos; ao sul com Gurjão; ao leste com Pocinhos e Boa Vista; e a oeste com o município de Juazeirinho.
 
• O Município ocupa uma área de 634,7 Km2, o que corresponde a 16,025 da área da microrregião e a 1,12% da superfície estadual. Localizada no Planalto da Borborema, sua altitude é de 521 m acima do nível do mar, com temperatura variando de 22º C (maio a agosto) à 36ºC (dezembro a abril). Prevalecem em Soledade os solos do tipo halomórficos que impõem forte restrição ao desenvolvimento agrícola, especialmente à agricultura irrigada.
 
• O Município encontra-se na bacia do rio Taperoá, sendo banhado pelo Rio Soledade que é temporário, permanecendo com o leito seco a maior parte do ano. Para atenuar o problema d’água alguns açudes foram construídos. O maior é o de Soledade, construído pelo antigo IFOCS entre 1912-33, com capacidade máxima de 27.058.000 m3. Nos últimos anos o açude tem armazenado uma quantidade de água muito aquém de sua capacidade. Em abril de 2001, por exemplo, o açude tinha 6,7 milhões de m3, o equivalente a 24,8% de sua capacidade máxima. Tal situação tem obrigado o poder municipal a recorrer ao transporte de água para o atendimento do abastecimento da população. Atualmente um sistema adutor abastece a zona urbana, mas, a zona rural em largo período do ano necessita de abastecimento de água por meio de carros pipas.
 
O Município de Soledade hoje vivencia um momento importante de sua história, uma vez que o desenvolvimento apresenta-se impulsionando diversos setores da sociedade, o destaque está na modernização do centro da cidade, que ganhou praças e prédios novos advindos de investimentos públicos e da iniciativa privada. A cidade se organiza cada vez mais para crescer e a indústria e o comércio fortalecem as ações públicas que visam incrementar o Município no rumo permanente do desenvolvimento sustentável. 

 
Fonte: Livro Malhada das Areis Brancas (dados iniciais)
Por: José Ivanilson Barros Gouveia
Colaboração: Juarez Filgueiras de Góis
Autor: Inocêncio Nóbrega Filho

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