Uma pesquisa da estudante Duília
Dalyana Ribeiro dos Santos, do curso de Licenciatura em Ciências Sociais
da UFCG em Sumé, analisou a dinâmica das mortes por homicídios no
período de 2000 a 2010 nos 26 municípios mais violentos do Estado da
Paraíba.
Segundo
a pesquisa, os grupos mais vitimados, foram os jovens do sexo
masculino, com destaque para o grupo de indivíduos de 15 a 29 anos de
idade. A pesquisa revelou ainda um aumento de 155% nas taxas de
homicídios de mulheres na Paraíba neste período e a relação entre
crescimento dos homicídios com o baixo nível de escolaridade. A pesquisa
foi Desenvolvida via Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica (PIBIC/CNPq) na UFCG sob orientação do professor José Maria
Pereira da Nóbrega Júnior.
A
estudante analisou os homicídios ocorridos nos municípios paraibanos
mais violentos - de acordo com dados do sistema DATASUS, compreendendo
as cidades de Alhandra, Araruna, Aroeiras, Bayeux, Belém, Caaporã,
Cabedelo, Campina Grande, Catolé do Rocha, Conde, Esperança, Guarabira,
João Pessoa, Lagoa Seca, Mamanguape, Patos, Pedras de Fogo, Princesa
Isabel, Queimadas, Rio Tinto, Santa Luzia, Santa Rita, São Bento, Sapé,
Soledade e Sousa.
Outra
constatação da pesquisa é que a raça-cor da pele das pessoas mais
vitimadas por homicídio foi a cor parda, em segundo lugar a cor branca e
em terceiro os que são considerados pretos.
De
acordo com a estudante, a metodologia utilizada foi de caráter
quantitativo com mecanismos de estatística descritiva. "As relações
causais foram testadas interpretando o 'choque' dos dados secundários em
relação aos números e taxas de homicídios". "Os resultados demonstraram
que as cidades analisadas já mostravam tendência de crescimento dos
números de assassinatos desde o início do período em análise. Este
crescimento se mostrou linear e contínuo em toda a série histórica".
Segundo
Duília Dalyana, a pesquisa sugere que os gestores públicos da área da
segurança devem focar as ações nos grupos mais vitimados para a
implementação das políticas públicas cabíveis para o controle dos
homicídios.
"Pela
segunda vez, através do PIBIC, pude pesquisar a criminalidade e a
violência no Estado e desta vez, através de uma nova análise pude
verificar a dinâmica desses homicídios nos 26 municípios responsáveis
pela maioria dos assassinatos da Paraíba. Com base nos dados analisados,
os números de mortes por agressão crescem linearmente num período de
dez anos no estado e na sua maioria são perpetrados em pessoas jovens de
15 a 29 anos de idade, do sexo masculino, com menos de 12 anos de
escolaridade e majoritariamente, da cor da pele parda", disse Duília
Dalyana.
Contudo,
complementa a estudante, "também é importante que os governos e os
responsáveis pela manutenção da ordem se atenham para outro dado
relevante revelado pela pesquisa: a violência contra a mulher, que é um
fato comprovado empiricamente. Suas taxas de homicídios são superiores
aos 150% nesse período analisado. É preciso que o Estado cumpra com o
que está previsto pela Constituição de 88 e assuma suas
responsabilidades para com a vida dos seus cidadãos e não deixe nas mãos
dos homens o poder ilimitado de violência. A criação de políticas
públicas tanto em nível estadual, quanto municipal seria o subsídio mais
cabal e indicado à atual situação. Não só como pesquisadora, mas também
como cidadã, demonstro minha preocupação com a realidade da segurança
pública do meu estado".
Fonte: maispatos
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