A fim de preparar
as famílias assentadas para a convivência com a seca, técnicos da Cooperativa
de Trabalho Múltiplo de Apoio às Organizações de Autopromoção (Coonap), uma das
entidades contratadas pelo Incra na Paraíba para prestar assistência técnica em
áreas de reforma agrária, estão implantando tecnologias alternativas no
Semiárido. No mês de julho, as 27 famílias do assentamento Dorcelina
Folador, em Cubati,a 216 quilômetros de João Pessoa, ganharam duas
barragens subterrâneas que vão dar suporte hídrico à produção em pequena escala
de plantas forrageiras, frutíferas e hortaliças.
No município
vizinho de Barra de São Miguel, a Coonap também construiu uma barragem
subterrânea na unidade demonstrativa (UD) do assentamento Bom Jesus I. A
unidade foi implantada em uma das parcelas do assentamento e servirá como local
para intercâmbio e troca de ideias entre técnicos e assentados.
Todos os processos
dos projetos, desde a elaboração até a execução, foram acompanhados por
técnicos da Coonap e do Incra na Paraíba.
Dos 35
assentamentos da reforma agrária de 16 municípios atendidos pela Coonap, apenas
11 assentamentos, localizados nos municípios de Areia, Pilões e Serraria, no
Brejo paraibano, situam-se fora da região conhecida como Semiárido.
Parcerias
As duas barragens
subterrâneas do assentamento Dorcelina Folador foram construídas por meio de
uma parceria com a Prefeitura de Cubati, responsável pela escavação das valas
com retroescavadeira. Coube à Coonap o fornecimento da lona e a assessoria
técnica no trabalho, realizado em conjunto com as famílias assentadas.
As tecnologias
alternativas implantadas pela Coonap no assentamento incluem, ainda, a
construção de cisternas calçadões e de enxurradas destinadas a armazenar água
para a produção. Todas as casas do Dorcelina Folador ganharam cisternas de
placas para armazenar água para o consumo humano construídas com recursos do
Crédito Semiárido do Incra.
Segundo o técnico
da Coonap Jânio de Araújo Oliveira, a comunidade recebeu também um barreiro de
trincheira por meio do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação
do Semiárido Brasileiro (ASA).
“O objetivo desta
técnica é o armazenamento de água durante o período de estiagem em um
reservatório com menor capacidade de evaporação. Como a água fica em total
contato com o solo, sem a suspensão de represa, a evaporação torna-se mais
lenta, armazenando água por mais tempo do que um barreiro comum”, afirma o
técnico.
Barragem
subterrânea
Oliveira esclarece
que a barragem subterrânea é instalada em um ponto estratégico do terreno, onde
escorre o maior volume de água no momento da chuva.
A construção
inclui a escavação de uma vala perpendicular ao sentido da descida das águas
até a profundidade onde se encontra a camada mais endurecida do solo. Dentro da
vala, estende-se uma lona plástica de aproximadamente 50 metros de comprimento
por toda a extensão da parede. Após o plástico estendido, a vala volta a ser
fechada com a terra.
“A
impermeabilidade barra o escoamento da água da chuva e provoca sua infiltração
no solo, reduzindo a evaporação. Assim, cria-se uma vazante artificial onde a
umidade do solo se prolonga por longo tempo, chegando até quase o final do
período seco”, explica Jânio Oliveira.
fonte: Ascom/MDA
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