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Facebook diz que desbloqueou imagem de índia com seios expostos

Ministério havia anunciado ação contra rede social pelo bloqueio da foto.
Para governo, empresa feriu a Constituição brasileira e marco civil da internet.

A assessoria do Facebook informou neste sábado (18) que desbloqueou na rede social a fotografia, de 1909, que mostra uma índia botocuda com os seios expostos. A imagem, que faz parte do acervo do Portal Brasiliana Fotográfica, havia sido bloqueada pela empresa norte-americana após ser utilizada pelo Ministério da Cultura para divulgar o lançamento do site fotográfico.


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A fotografia polêmica do casal de índios botocudos foi fartamente compartilhada ao longo da semana nas redes sociais para promover o portal organizado pela Fundação Biblioteca Nacional, ligada ao Ministério da Cultura, e pelo Instituto Moreira Salles. O site, que conta com mais de 2 mil imagens históricas dos séculos 19 e 20, foi lançado oficialmente nesta sexta (17), às vésperas do Dia do Índio, que será celebrado neste domingo (19).

“Não é fácil encontrar o equilíbrio ideal entre permitir que as pessoas se expressem criativamente e manter uma experiência confortável para a nossa comunidade global e culturalmente diversa. Respeitamos leis locais e, assim como qualquer outra mídia, temos limitações com nudez. Estamos sempre abertos a feedback e ao debate para melhorar nossos Padrões da Comunidade”, disse ao G1 a assessoria do Facebook.

Nesta sexta (17), o ministério anunciou que iria processar o Facebook em razão do bloqueio. Na visão da pasta, a rede social promoveu uma "censura" ao bloquear a imagem.

Segundo o ministro da Cultura, Juca Ferreira, a companhia dos Estados Unidos feriu a Constituição brasileira, o marco civil da internet, o Estatuto do Índio e a Convenção da Unesco sobre Proteção e Promoção da Diversidade e das Expressões Culturais. Ferreira destacou ainda que a medida do Facebook também desrespeitou a cultura, a história e a dignidade do povo brasileiro.

"Se os índios não podem aparecer como são, o recado que fica é que precisam se travestir de não-indígenas para serem reconhecidos. Isso é de uma crueldade sem fim", disse nesta sexta o ministro da Cultura. 


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Fonte: G1-Brasília
Foto: Reprodução

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